Por Pe. Roberto J. Gottardo,SJ
Despeço-me do que fiz, dos encontros e das tantas experiências vivenciadas em 2023, porque tudo se tornou memória agradecida;
Despeço-me do que não tenho e do que deveria ter feito esse ano para crescer e me aperfeiçoar como filho/a de Deus e como pessoa;
Despeço-me das alegrias e das tristezas vividas, das decepções e das expectativas frustradas, ainda que tenham servido de aprendizado;
Despeço-me do que vivi e do que não vivi;
Despeço-me do que amei e do que não amei o suficiente;
Despeço-me das oportunidades desperdiçadas, das lamúrias e dos medos que atravancaram a minha evolução em todos os campos;
Despeço-me de todas as minhas ideias sobre mim, sobre os outros e sobre Deus, porque hoje começa um novo ano, um novo tempo para parir o Menino-Deus que deseja nascer.
Despeço-me do passado e me preparo para focar no presente e vivê-lo com alegria e intensidade. A advérbio predileto de Deus se chama HOJE.
Que neste novo ano, que começa grávido de sonhos e alvissareiro, Deus nos dê a graça de atentarmos sempre para o essencial, vivendo sem a compunção de grandes ambições: “Nada de poder, um pouquinho de saber, e o máximo possível de sabor” (R. Barthes).
Que não nos falte a alegria! Rubem Alves escreveu: “A alegria está muito próxima. Nós a perdemos porque pensamos que ela virá no futuro”, depois de algum evento extraordinário que revolucionará a nossa precária existência. Ledo engano. “E ela não chega porque a alegria não mora no futuro, mas só no agora”.
Feliz 2024! Que seja efetivamente um ano fecundo e abençoado! Um tempo propício para ver e encontrar Deus em todas as coisas. E tudo empreender e fazer para a maior glória de Deus e para a santificação das nossas famílias.
Que Maria, a mulher do SIM, nos inspire no nem sempre fácil processo de conversão ao evangelho do Filho. Amém.
